A música pode ser classificada
como o principal veículo de divulgação
no que se refere à Cultura Obscura. É,
geralmente, através dela que ocorre a identificação
com a própria personalidade, tornando-se
um portal que conduz à outras manifestações
artísticas obscuras.
Não há características
precisas ou pré-estabelecidas nas expressões
artísticas da Cultura Obscura e, conseqüentemente,
entre seus apreciadores. Mas há diversos
pontos comuns. Portanto, podemos aplicar esse conceito,
de aparente disparidade, à música
quando relacionada à Cultura Obscura.
As bandas que emergiram no início
da década de 80, no período classificado
como pós-punk, e atualmente são classificadas
genericamente de góticas, também são
apreciadas na Cultura Obscura. A banda inglesa Joy
Division é um bom exemplo. A atmosfera soturna
de suas canções e o suicídio
do vocalista Ian Curtis, atribuíram um caráter
mítico à banda. Porém, a subdivisão
do Metal surgida em meados da década de 90
é um dos estilos mais conceituados na Cultura
Obscura.
O Gothic Metal, nome dado genericamente
ao estilo que combina Metal e Neo-Clássico,
traz em letras e arranjos uma boa parte dos temas
abordados na Cultura Obscura: alusão a obras
literárias e mitologia, trechos em latim
e arcaísmos, entre outros aspectos. Há
também o uso de orquestras e vozes sopranos
entrelaçadas com as características
vocalizações urradas e guitarras do
Metal. Mesmo havendo um conceito de que o estilo
e até mesmo a expressão Gothic Metal
tenham sido criadas com objetivos exclusivamente
comerciais, a qualidade e ousadia do Gothic Metal
prevalecem sobre os argumentos.
Além do Gothic Metal e de
outras variações do Metal (como o
Doom e o Black), outros estilos também são
amplamente consumidos entre os adeptos da Cultura
Obscura, como por exemplo música medieval
e renascentista, e referências de compositores
clássicos e neo-clássicos. Ainda,
estilos mais suaves como New Age, Dark Atmospheric
(ou Dark Ambient) e Ethereal.
Neste caso, a sonoridade também
é composta por elementos de música
erudita, como o canto lírico, que se somam
a timbres eletrônicos e acústicos.
Mas, diferentemente do Metal, traz uma sonoridade
sutil que almeja atingir diretamente a alma.
Porém, se desconsiderarmos
os rótulos que são criados e aplicados
ao longo do tempo, irão sobressair a qualidade
e sofisticação da música absorvida,
cultuada pela Cultura Obscura. Independentemente
dos estilos, o fator mais significativo é
a identificação que há entre
o que se ouve e o que se sente.