Casimiro José Marques de Abreu, nasceu na Barra do São João, Rio de Janeiro; no dia 4 de Janeiro de 1839. Era filho do comerciante e fazendeiro português, José Joaquim Marques Abreu, e de Luisa Joaquina das Neves. Porém, o pai não morava com a mãe, e assim suspeitava-se de uma possível origem bastarda do poeta. O que seguramente lhe causava muito transtorno nos contatos sociais.

Recebeu apenas instrução primária no "Instituto Freeze", e passou praticamente toda a infância na fazenda do pai, em Correntezas. Em 1852, seguiu para o Rio de Janeiro e, cedendo as pressões paternas, iniciou a carreira de comerciante. No ano seguinte foi para Lisboa e iniciou a carreira literária. Escreveu várias obras neste período exaltando as belezas da terra natal. Com inocência e ternura infantil, compôs também Camões e o Jau, que em 1856 seria representado em teatro. Aos 17 anos participava ativamente na imprensa portuguesa. No mesmo ano, o jornal "O Progresso", publicou Carolina, e na revista "Ilustração Luso-Brasileira" foram publicados os primeiros capítulos de Camila, uma recriação de ficção de uma visita ao Minho, terra de seu pai.

Em 1857, voltou para o Rio de Janeiro. Freqüentava bailes carnavalescos e rodas literárias. Colaborou em A Marmota, O Espelho e outras publicações. Trabalhou também no "Correio Mercantil", ao lado de Machado de Assis e Manuel Antônio de Almeida. A Primavera foi publicada em 1859, e no ano seguinte, lamentou o falecimento de seu pai.

Casimiro de Abreu, tuberculoso aos 21 anos, recolhe-se em Nova Friburgo. Sem obter melhora, segue para a fazenda de Indaiaçu; onde faleceu em 18 de Outubro de 1860, seis meses depois de seu pai e três meses antes de completar vinte e dois anos.

Casimiro, colocado entre os poetas da segunda geração romântica, expressa, através de um estilo espontâneo, emoções simples e ingênuas; não se encontra em suas obras a paixão surda e carnal de Junqueira Freire; ou os desejos macerados de Álvares de Azevedo. É o patrono da Cadeira nº 6 da "Academia Brasileira de Letras", por escolha do fundador Teixeira de Melo.

Em As Primaveras, o poeta se envolve nos elementos preferidos de suas obras: a nostalgia da infância, o gosto da natureza, a religiosidade ingênua, o pressentimento da morte, a exaltação da juventude, a devoção pela pátria e a idealização da mulher amada. Assim, Casimiro de Abreu foi incluído como lírico-romântico. No poema Violeta, encontra-se o amor romântico segundo o qual devem ficar subentendidos os aspectos sensuais mais diretos. O meu livro negro, em toda a sua obra, é o único momento de amargura violenta e rebeldia mais acentuada; noutros, o drama surge menos compacto. O exagero no sentimentalismo e amor pela natureza, pela mãe e pela irmã, são encontrados nas obras deste poeta. As emoções se sucedem sem violência, envolvidas num misto de saudade e tristeza.

Suas obras foram Camões e o Jau, teatro (1856); Carolina, romance (1856); Camila, romance inacabado (1856); A virgem loura, Páginas do coração, prosa poética (1857); As primaveras (1859), foram reunidas na Obras de Casimiro de Abreu, edição comemorativa do centenário do poeta.

 

Por Spectrum

 


 

 

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